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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Nota sobre "O ano de 1500 no sec XXI"

Meu post recente "O ano de 1500 no sec. XXI" causou uma certa "polêmica". Por isso, quero deixar claro o meu ponto de vista:

Meu objetivo não é criticar o trabalho político e social da maioria dos voluntários. Estou aquí para denunciar, criticar e lutar contra, até o fim de minhas forças, o massacre cultural. E ele é escancarado: como diz o texto, um amigo meu deixou de usar adornos, ou, como diz o vídeo, os índios eram proibidos de fazer suas festas, pajelanças e rituais por se tratarem de "pecados". Isso sim é o que eu critico, e dou minha cara a tapa.

Todas as aldeias precisam de auxílio social, pois a educação, saúde, e condições básicas de sobrevivência são insalubres. O índio precisa de hospital e de médico, de escola e professores capacitados, com um bom sistema de ensino, o índio precisa de alimento, pois muitos parentes estão passando fome por não ter dinheiro para comprar o pão, já que por questões ambientais não podem mais caçar. Só quem está "dentro", vê o quão ruim estão as condições de vida nas aldeias.

Creio, ainda, que levar o cristianismo como opção de religião é algo bom, porém a imposição de uma determinada religião, e repreensão dos costumes de outra, direta ou indiretamente, sendo ela evangélica ou não, é crime contra a liberdade religiosa. E, no mais, cultura e religião são coisas bem distintas, não precisando do fim de uma para o início de outra. Um cristão pode e deve se adornar como rezam seus costumes originais.

Peço perdão se sou dura com minhas opiniões, mas eu estou vendo de perto o quanto a cultura indígena está ameaçada. E isso me revolta. Não sei ficar quieta, nem sei ser branda quando a situação está tão caótica.


Ps.: não critico a Missão Caiuá ou seus integrantes, nem nenhuma outra que venha a agir nas aldeias, só chamo a atenção para a repreensão que muitos indígenas sofrem simplesmente por serem quem sempre foram.


E vida longa para todo índio que honra sua cultura e suas raízes, sem se deixar abalar por obsecados religiosos...

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