Meu post recente "O ano de 1500 no sec. XXI" causou uma certa "polêmica". Por isso, quero deixar claro o meu ponto de vista:
Meu objetivo não é criticar o trabalho político e social da maioria dos voluntários. Estou aquí para denunciar, criticar e lutar contra, até o fim de minhas forças, o massacre cultural. E ele é escancarado: como diz o texto, um amigo meu deixou de usar adornos, ou, como diz o vídeo, os índios eram proibidos de fazer suas festas, pajelanças e rituais por se tratarem de "pecados". Isso sim é o que eu critico, e dou minha cara a tapa.
Todas as aldeias precisam de auxílio social, pois a educação, saúde, e condições básicas de sobrevivência são insalubres. O índio precisa de hospital e de médico, de escola e professores capacitados, com um bom sistema de ensino, o índio precisa de alimento, pois muitos parentes estão passando fome por não ter dinheiro para comprar o pão, já que por questões ambientais não podem mais caçar. Só quem está "dentro", vê o quão ruim estão as condições de vida nas aldeias.
Creio, ainda, que levar o cristianismo como opção de religião é algo bom, porém a imposição de uma determinada religião, e repreensão dos costumes de outra, direta ou indiretamente, sendo ela evangélica ou não, é crime contra a liberdade religiosa. E, no mais, cultura e religião são coisas bem distintas, não precisando do fim de uma para o início de outra. Um cristão pode e deve se adornar como rezam seus costumes originais.
Peço perdão se sou dura com minhas opiniões, mas eu estou vendo de perto o quanto a cultura indígena está ameaçada. E isso me revolta. Não sei ficar quieta, nem sei ser branda quando a situação está tão caótica.
Ps.: não critico a Missão Caiuá ou seus integrantes, nem nenhuma outra que venha a agir nas aldeias, só chamo a atenção para a repreensão que muitos indígenas sofrem simplesmente por serem quem sempre foram.
E vida longa para todo índio que honra sua cultura e suas raízes, sem se deixar abalar por obsecados religiosos...
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